Não dá para falar de Yoga e não falar de valores!
Em quase todos os textos existe, pelo menos, um valor citado.
Yamas e Niyamas são valores para com a sociedade e para conosco.
Na Bhagavad Gita temos mais 20 valores bem conhecidos, pois foram compilados em um livro com as aulas de Swami Dayananda Saraswati. E o título deste livro é bem interessante: O valor dos valores.
E qual o valor que você dá a tal valor? Como lida com a não violência? E com a verdade?
Os valores morais e éticos devem estar bem assimilados em nossa mente para que saibamos lidar com nossos conflitos.
Vou citar alguns destes, não pela importância porque todos têm o seu valor (!).
→ Ahiṃsā: não violência. É a base para os outros valores. Não há como seguir sem essa condição. A não violência é ampla, diz respeito ao outro, mas também a mim. Que eu não seja violenta com meus pensamentos, nem com meu corpo, que eu respeite meus limites e aceite minhas condições. Quando entendo a não violência a partir de mim mesma, consigo expandir esse olhar para o outro, para todos os seres vivos. Compreender as atitudes de outras pessoas nos livra de pensamentos ruins a respeito delas.
→ Asteya: não roubar. Indo do mais denso para o mais sutil, este valor vai desde não roubar bens materiais até os imateriais, como as ideias do coleguinha, o tempo (seu e de outros), não usar além do que precisa, não dar o famoso jeitinho para conseguir algo. Extenso, né?
→ Tapaḥ: disciplinas / ascese, capacidade de dominar os impulsos dos sentidos e órgãos de ação. Conseguir levantar da cama quando queria ficar mais 5 minutinhos, estudar diariamente quando poderia usar o tempo para o lazer, são exemplos de tapaḥ. A disciplina destrói a impureza, o sofrimento que nos atormenta. Nada fácil para as mentes do século XXI, mas um exercício de tamanho imensurável.
→ Iśvara-praṇidhāna: confiar no Criador, entregar suas ações e o resultado delas a Iśvara (causa da Criação). Quando compreendo que há uma Ordem que tudo governa, não me vejo separada e sim, parte integrante do Todo. Assim, sou capaz de apreciar todo o Universo, todos os seres, pois entendo que somos um. Entrega, confia, aceita e agradece.
→ Adambhitvam: dambha é a autoglorificação. Logo, adambhitvam é a não glorificação do ser. Você já se pegou falando uma mentirinha sobre você? Aumentando um ponto para ficar enturmada? Não é difícil isso acontecer, posso dizer que escrevi um artigo sobre valores, quando na verdade não passa de um post. Digo que pratico diariamente, pois isso é o que toda yogini deve fazer, e, na verdade, falho miseravelmente no meu tapaḥ. Parece inocente porque não fere o outro. Mas por que eu faço isso? Por que preciso dizer o que não sou? Quem eu quero impressionar? Parar, refletir, e fazer o exercício de não cometer dambha, e, se cometer, saber desfazer. Autoaceitação prepara a mente para o autoconhecimento. Não me aceitar é hiṃsā, voltamos ao primeiro valor citado. Bora tirar as máscaras?
→ Sthairyam: firmeza de propósito. Você é do tipo que começa algo com o maior pique e vai desanimando ao longo do caminho? Este valor diz firmeza na ação, firmeza em seu próprio dever. Swami Dayananda Saraswati diz: deveria existir um esforço firme em direção à qualquer coisa que você tenha se comprometido a realizar até que seja realizada, uma constância que não se entrega à preguiça e nem é perturbada pela distração. Que não seja opção desistir da nossa busca pelo autoconhecimento.
Estes são os valores apresentados hoje, existem muitos mais nos estudos de yoga.
Com qual você mais se identifica? Qual o mais difícil para você manter em dia? Me conta nos comentários.
OM TAT SAT
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